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sexta-feira, 1 de setembro de 2023

O POETA DANTE ALIGUIERI E SUA OBRA

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       Dante Alighieri é considerado o mais genial poeta da Itália. Era natural de Florença, onde nasceu em 1265. Representou nessa cidade um  papel importante e foi, por diversas vezes, investido de missões diplomáticas.

          Adversário dos gibelinos (nome dado nos estados italianos da idade média aos partidários dos imperadores da Alemanha nas lutas por estes sustentadas contra os papas, cujo partidários eram chamados guelfos) foi por isso exilado e residiu por muitos anos em Paris. Regressou a Itália, dixou-se durante algum tempo em Verona e depois em Roma, onde morreu em 1321. Compôs, ainda muito jovem, sonetos amorosos e canzoni onde celebrava a sua paixão platônica e mística pela formosa Beatriz Portinari, que conheceu desde criança. Casou-se com Gemma Donati, de quem teve três filhos, um dos quais, Jacobo, o mais velho, foi o protagonista do episódio psíquico que iremos narrar.  Em honra a Beatriz, filha de Folco Portinari, compôs a Vita Nuova, mas sua obra-prima mais célebre é a Divina Comédia que lhe garantiu,na posteridade, o título de "pai da poesia italiana". A Divina Comédia é um poema épico, composto entre os anos 1300 e 1318. Este poema, uma das mais altas concepções do espírito humano, está dividido em três partes: o Inferno, o Purgatório e o Paraíso, abarcando toda a cultura e o conhecimento.

           Para s espiritualistas, a superioridade de o Inferno e de  o Purgatório , sobre o Paraíso, se deveu ao fato de as antenas psíquicas do autor detectarem mais poderosamente  essas duas regiões, ao passo que, ao franquear a terceira , o seu estro sofreu ligeira impotência entre os portais tão dificilmente franqueáveis. De qualquer forma, o poeta, guiado pelos espíritos de Virgílio e depois pelo de Beatriz, visitou as regiões  mencionadas.  Totalizando, trata-se de uma concepção literária sublime e grandiosa, semeada de episódios ora graciosos, ora terríveis, em geral admirável como estilo e versificação. É também uma visão épica do outro mundo, na qual é criada a poesia e até a linguagem literária italiana.  Dante escreveu outras obras: Rimas; Vida Nova; Convívio; De Vulgaris Eloquêntia; Epístolas; Questio de Aqua et Terra, etc. Entretanto a Divina Comédia, obra-prima, estaria em parte perdida não fosse um sonho com todas as características do paranormal. Dante morreu em 1321. Constatou-se, então, que 13 cantos, os últimos, de sua imortal Comédia tinham desaparecido. Foram procurados durante oito meses e já se renunciava à esperança de os encontrar quando Jacobo viu em sonho o pai, Vestido de Branco. Perguntou-lhe se ainda vivia. - Sim - respondeu-lhe o poeta -  mas a verdadeira vida, não a vossa. O filho indagou-lhe a respeito dos 13 cantos que faltavam e teve a impressão de que seu pai o conduzia ao quarto onde tinha por hábito dormir. Tocando um certo lugar na parede, lhe disse: Aqui se encontram os versos que vindes procurando com tanto empenho.  Jacobo despertou e correu à casa de Pietro Giardino, amigo do poeta. Contou-lhe o sonho e decidiram ir imediatamente à antiga residência do poeta. No local indicado, arrancaram da parede um remendo de esteira de palha e descobriram um nicho contendo um rodo de papeis. Entre outros escritos ali estavam os 13 cantos finais da obra. O escritor Boccaccio, contemporâneo de Dante, ouviu o incidente dos lábios do próprio  Pietro  Giardino, testemunha ocular do ocorrido depois do que Boccaccio incluiu o episódio em sua obra "A Vida de Dante Alighieri". Através dos anos uma pergunta tem estado no ar. Por que motivo Dante teria ocultado esses cantos descrevendo o Paraíso? Teriam razão os espiritualistas? O autor consciente de sua incapacidade  em descrever uma região cujas visões suas antenas psíquicas não alcançavam e que ele tão pouco conseguia "rememorar valendo-se de recordações de outras vidas em que teria franqueado as fronteiras dos cumes? 

           Inegavelmente, tudo isso é uma eterna dúvida. 

Nicéas Romeo Zanchett